Desconcentrado - VIII
- Bacchus Creators
- 11 de dez. de 2024
- 4 min de leitura

Chegou o dia do encontro com Rafaela. Mentalmente, encarava aquilo agora como um jogo de sedução, e esse tinha sido seu movimento mais corajoso até agora. Encontrar Rafaela sozinha era uma chance de expor que estava disposto a tudo para ficar com Kike. E, ao mesmo tempo, era a chance de ele viver algo que há muitos anos não fazia parte da sua vida. Por um instante lembrou do que ela havia dito - que percebeu os olhares dele para ela. Poderia mesmo ser que tinha uma atração por ela?
Escolheu as roupas mais casuais que tinha, pois não queria parecer que tinha se preparado demais. Aparou suas sobrancelhas, fez a barba, escolheu um perfume de odor forte e marcante, tomou o comprimido e saiu de casa.
No caminho, não conseguia parar de pensar em Kike. Isso era uma outra parte de seu plano. Fechar os olhos e se imaginar com ele, caso as coisas entre Rafaela e ele não fossem espontâneas. Uma parte de si estava nervoso, mas uma parte estava orgulhosa da ousadia que ele teve em planejar isso.
Passou em um mercado e comprou uma garrafa de vinho. Queria deixar clara sua intenção, mas não queria usá-la, ou deixar que ela se sentisse usada. Estava comprometido mentalmente a fazer esse econtro ser um prazer para ela também. Quando estava há poucos passos do local, mandou uma mensagem de texto para ela, avisando que estava perto. Ela respondeu com um emoji, apenas. Tocou a campainha do interfone e pela segunda vez se viu a caminho daquele apartamento na expectativa de algo que desejava muito.
Rafaela abriu a porta e o abraçou, sem dar um sinal claro de que estava esperando por um beijo. Carlos teve que se concentrar para fazer aquele abraço não ter um tom de amizade. Ele a segurou firme por mais um tempo, olhou em seus olhos e disse:
Obrigado por aceitar o meu convite.
Ela sorriu e se desvencilhou do abraço, partindo para fechar a porta.
Eu trouxe um vinho. Não sabia se você gostava de branco ou vermelho, então trouxe Rosé.
Olha, que cavalheiro você! Veio aqui comer a namorada do seu amigo, e traz uma garrada de vinho junto.
Ele foi pego de surpresa pelas palavras dela, e se retraiu um pouco. Ela notou a mudança das feições dele, e logo disse em tom amistoso:
Carlos, não liga pras coisas que falo. Eu não tenho filtro, e esqueço que nem todo mundo está acostumado.
Rafaela, eu estou te conhecendo agora. Eu não sou amigo do seu namorado. Eu tô aqui pra viver esse momento com você, só isso. Se você quiser debochar da minha cara, pode debochar. Eu não me importo não, contando que você não use isso como forma de me afastar.
Viado, eu não sabia que você era determinado assim pra comer uma buceta.
Novamente ele ficou sem palavras por um instante, e na falta de palavras, decidiu apenas colocar o vinho no chão e despir-se na frente dela. O sorriso no rosto dela foi a indicação que precisava de que estava fazendo a coisa certa. Ele respirou fundo e caminhou em direção a ela. Não conseguia prestar atenção em nada mais, e fazia bastante tempo que não sentia isso por uma mulher. Sua mão tocou a face dela com suavidade, e ele se aproximou mais ainda para dar um beijo.
Ela correspondeu aos avanços dele, e logo se despiu também. Não usava nenhuma roupa íntima e as peças que vestia foram largadas ao chão às pressas. Ele sentiu que seu organismo começou a reagir ao estimulante que havia tomado, e às estimulações dela. Isso o deixou seguro e contente, e havia algo nesse contentamento que era um gosto de vitória e sucesso. Eles se dedicaram a longos beijos nos quais suas mãos percorriam os corpos um do outro, e o calor da pele dela ela convidativo. Beijou seus seios, e pôs-se de joelho para começar a beijar o seu ventre, quando ela interveio.
Vamos tomar uma taça do seu vinho antes de a gente continuar?
Carlos pareceu confuso, inicialmente, mas decidiu responder de uma forma inesperada:
Rafaela, não debocha da minha cara agora. Você realmente quer parar tudo pra gente beber e conversar? Eu tô duraço por você.
Eu quero sim.
Ele se afastou dela e sentou-se no sofá. Ela foi em direção ao armário da cozinha pegar duas taças
Nossa, eu não fazia ideia de que você beijava tão bem assim, Carlos.
Eu? Eu não beijo bem não, beijo normal.
Ela riu, e respondeu, enquanto tentava abrir a garrada:
Não, acredite em mim. Já beijei muita gente e você tá acima da média.
Eu não fiquei com tanta gente assim, e faz um tempão que não fico com mulher.
E por quê?
Ah, ficar com homem é mais fácil, mais prático, menos complicado. Poucas mulheres são direto ao ponto, sabe?
Ah, é? Eu fico aqui imaginando que eu sou muito lenta e tô deixando a vida passar - ela riu novamente e o serviu uma taça cheia de vinho. - Vamos fazer um brinde. A mulheres que são diretas ao ponto.
Ele sorriu, brindou e tomou um gole. Ele notou que ela colocou a taça em uma mesinha ao lado e voltou a beijá-lo. Ele tomou mais um gole, e a beijou, com o gosto de vinho em seus lábios e o gosto do beijo dela. Logo estava animado novamente e pronto para cumprir essa parte do plano. Ele mais uma vez se ajoelhou e começou a beijar o seu ventre, primeiro suavemente, e depois com intensidade e paixão. Ele pesquisou no dia anterior algumas recomendações de como performar sexo oral em mulheres, e estava dedicado a mostar o seu melhor. Ela respondeu com gemidos inicialmente esporádicos, mas depois eles se tornaram mais frequentes e intensos. Ele a pegou no colo, deixou-a de costas no sofá e continuou a beijar sua vulva com paixão e determinação.
Foi nesse instante que um barulho o distraiu por completo. A porta do apartamento abriu, e Kike entrou, com um olhar surpreso...
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